Belford Roxo é um município brasileiro localizado na Região Metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Pertencente à Mesorregião metropolitana do Rio de Janeiro e à microrregião homônima, está ao norte da capital do estado distando desta cerca de 20 km. Estende-se por uma área de 79km².

O povoamento de Belford Roxo vêm desde o século XVII, com os índios Jacutingas, mapeadas pela primeira vez em uma carta elaborada pelo cripto judeu João Teixeira Albernaz, o moço em 1666 entre os rios Merith, Simpuiy e Agoassu.[nota 1] A emancipação municipal ocorreu somente em 1990, com seu desmembramento do município de Nova Iguaçu. Esse fato concretizou algo inevitável, pois o município contava à época com mais de 300 mil habitantes e estava em completo abandono com relação à Nova Iguaçu. Belford Roxo cresceu muito rapidamente, e por ser um município pequeno em área, divide com São João de Meriti o título de Formigueiro Humano.

Atualmente o município é o sexto mais populoso do Rio de Janeiro, contando com 472.008 mil habitantes, segundo a estimativa do IBGE para2011[4], e com o 14º maior PIB do estado, com 3.539.442.000 mil,[6] o seu IDH é 0,742, sendo considerado médio pelo PNUD/2000[5] e sua renda per capita em 2008 era de 7.140,38.[6]

Emancipação

Durante boa parte do século XX, o município foi distrito do município de Nova Iguaçu. No dia 3 de abril de 1990, a lei estadual número 1.640 foi aprovada, sendo assim, Belford Roxo foi desmembrado politicamente de Nova Iguaçu. O município de Belford Roxo foi instalado em 1 de janeiro de 1993 e seu primeiro prefeito foi Jorge Júlio da Costa dos Santos, o "Joca", que foi eleito com mais de 70 mil votos no município.

História

Alguns anos após a expulsão dos franceses, o governador do Rio de JaneiroCristóvão de Barros, concedeu ao capitão Belchior de Azeredo uma sesmaria às margens do Rio Sarapuí, na antiga aldeia dos índios Jacutingas. Nesse local, ele fundou o engenho de Santo Antônio de Jacutinga, que futuramente seria o atual município de Belford Roxo. Uma ermida para Santo Antônio foi construída na encosta de uma colina a 750 metros da margem do rio Sarapuí, próximo ao local estabelecido para atividades portuárias.

No limiar do século XVII, o engenho de Santo Antônio de Jacutinga foi desmembrado, surgindo, então, o engenho Maxambomba (Nova Iguaçu) e o engenho da Poce (da Posse). No século XVIII, um novo desmembramento (dessa vez, nas terras do engenho do Maxambomba) fez surgir o engenho Caxoeira (Mesquita), em terras que pertenceram ao governador do Rio de Janeiro Salvador Correia de Sá e Benevides. Por mais de duzentos anos, as terras mentiveram-se, por sucessão hereditária, sob o controle dos herdeiros de Salvador Correia de Sá e Benevides, a família Correia Vasques.

Em meados do mesmo século XVIII, as terras do engenho Santo Antônio voltaram a ser desmembradas para a formação de novos engenhos: do Brejo e do Sarapuí. No mesmo período, as terras do engenho Maxambomba foram desmembradas para formação do engenho do Madureira.

Em 1767, em uma carta topográfica da capitania do Rio de Janeiro, feita por Manuel Vieira Leão, aparece claramente nessa região o engenho do Brejo. O seu primeiro ocupante foi Cristóvão Mendes Leitão, em 1739.

Baixada Fluminense é cortada pelo Rio Sarapuí e era cercada por pântanos e brejais. Possuía, em sua margem, um porto para escoamento da produção: açúcar, arroz, feijão, milho e aguardente.

Após uma sucessão de proprietários, em 1815, o padre Miguel Arcanjo Leitão, que era proprietário das terras, vendeu-as ao primeiro visconde de Barbacena, Felisberto Caldeira Brant de Oliveira e Horta, futuro marquês de Barbacena.

Em 1843, Pedro Caldeira Brant, o conde de Iguaçu - filho do primeiro visconde e marquês de Barbacena - assumiu a fazenda após o falecimento do pai, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro no dia 13 de julho de 1842.

Em 1851, a família Caldeira Brant vendeu a sua fazenda para o comendador Manuel José Coelho da Rocha.

Na segunda metade do século XIX, a fazenda entrou em decadência devido a um surto de epidemias. O assentamento dos trilhos para a passagem da estrada de ferro Rio d'Ouro, cortando a fazenda do Brejo, em 1872, em terras doadas pelos descendentes de Coelho da Rocha, deram início a um movimento de reivindicação para transformá-la em linha de trem de passageiros, pois, anteriormente, essa ferrovia havia sido construída para a captação de água nas serras do TinguáRio d'Ouro e São Pedro, com colocação de aquedutos ao longo de sua margem.

As primeiras casas do Velho Brejo em 1872.

A Vila de Belford Roxo em torno da estação do trem foi paulatinamente conquistando melhorias. Além da caixa-d'água instalada em 1880 com capacidade para abastecer 500 pessoas em um chafariz, registra-se a instalação de luz elétrica e o transporte ferroviário para passageiros. [7]

A expansão urbana neste século deu-se com a expansão das ferrovias. A venda de terras, outrora fazendas, retalhadas em lotes e vendidas a preços baixos para moradia ou transformadas em sítios para o plantio de laranjais, foi estimulada pelo governo. Assim como em outros distritos da Baixada Fluminense, o caráter rural da região foi sendo lentamente substituído pelo perfil de cidade dormitório.[7]

A dinâmica de crescimento obedeceu à lógica de produção do espaço urbano metropolitano semplanejamento e desigual. Envolvido com conflitos ambientais causados por um crescimento urbano pouco planejado, observa-se que o Município sofre de problemas comuns a outras áreas da Baixada, especialmente a carência de infra-estrutura e serviços.[7]

O "Milagre das Águas"

Em 1888, uma grande estiagem arrasava a Baixada Fluminense. A corte também ficou sem água e o imperador Pedro II ficou preocupado. A proposta que agradou a ele foi a do engenheiro Paulo de Frontin. Na proposta, o engenheiro se comprometia à captar 15 000 000 de litros de água para a corte em apenas seis dias. Ele conseguiu realizar a promessa e o fato ficou conhecido como "milagre das águas".

O engenheiro Paulo de Frontin tinha um grande amigo e colaborador, um outro engenheiro maranhense que muito trabalhou a serviço dessas obras de abastecimento de água para o Rio de Janeiro. Ele se chamava Raimundo Teixeira Belfort Roxo e, um ano depois do fato, veio a falecer. O Brejo, uma pequena vila, depois de se chamar Santo Antônio de Jacutinga, Ipueras e Calhamaço Brejo, passou a chamar-se Belford Roxo, em homenagem a esse ilustre engenheiro.